Thursday, March 30, 2006

Programa Hip Hop - TV

créditos: Carlos Cogoy - Jornal Diário da Manhã

Wednesday, March 01, 2006

Cubismo

Cubismo

O movimento cubista começou em 1907 e terminou em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os artistas envolvidos abandonaram-no. Seus principais focos de resistência foram as artes decorativas e arquitetura do século XX. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía coerência. Era inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no princípio de "realização do motivo" de Cézanne. A geometrização das figuras resultam numa arte intuitiva e abstrata, derivada da "experiência visual ". Baseia-se essencialmente na luz e na sombra. Rompe com o conceito de arte como imitação da natureza (que vinha desde a Renascença), bem como com as noções da pintura tradicional, como a perspectiva. Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata primordialmente de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua própria vida". Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso e Georges Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao movimento. Entre eles, destacam-se, Guillaume Apollinaire, Fernand Léger , Max Jacob, Robert Delaunay , Picabia, Gertrude e Leo Stein, Jean Metzinger, Albert Gleizes, Juan Gris e os irmãos Jacques Villon, Duchamp -Villon e Marcel Duchamp, entre outros. O mexicano Diego Rivera (1886 - 1957) e o holandês Piet Mondrian (1872 - 1944) também tiveram contato com o movimento. Entretanto, devido ao enorme número de artistas que aderiram ao estilo, havia grandes diferenças pessoais estilísticas. "Casas e Árvores", de Georges Braque, com suas formas geométricas e perspectiva própria, pode ser considerada a obra de origem do movimento. O cubismo costuma ser dividido em fase analítica - desenvolvida por Picasso e Braque entre 1909 e 1912 - e fase sintética (a partir de 1912). Entretanto, esses termos não são considerados adequados, uma vez que tentam, baseados em conceitos falhos, estabelecer grandes diferenças estéticas dentro de um estilo em processo de definição e evolução. "O Jogador de Cartas" e "Retrato de Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moça com Guitarra" e "Cabeça de Moça", de Georges Braque; "Paisagem", de Jean Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris; "Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de Fernand Léger e "Janela", de Robert Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no movimento. A escultura cubista, cujos principais nomes formam Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens, desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave. Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura cubista, relacionando-a à arquitetura. A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito dinâmico, é um bom exemplo de sua obra. O fim do movimento cubista (mas não o término de sua influência sobre a arte, tampouco o fim do próprio cubismo), deve-se à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, com o recrutamento de boa parte dos artistas do movimento. Por suas características abstratas, foi bastante adaptável, inspirando movimentos como o futurismo, o orfismo, o purismo e o vorticismo.
Autoria: Daniela Cantalino
Arte Popular no Brasil

Nas camadas populares muitos artistas realizam suas obras, normalmente em seus dias de folga, nas horas tiradas do trabalho na lavoura ou demais ocupações, solitariamente ou com a ajuda da família. Em alguns casos, há dedicação integral para a tarefa, entretanto, são poucos os que conseguem sobreviver somente dos trabalhos artísticos realizados. Feiras e mercados são os principais compradores desses produtos que normalmente acabam sendo usados nas decorações de casa, nas brincadeiras infantis ou até mesmo nos altares de igrejas. Os objetos de arte popular normalmente têm fins decorativos e as peças ora podem ser independentes, ora podem ser criadas para enfeitar outros objetos ou substituir aqueles de uso doméstico. A arte sacra sempre foi importante meio de expressão de nossos artistas populares. O culto católico aos santos criou condições propícias para que muitos artistas populares se expressassem. Além disso, deve se levar em conta que não existiam escolas de arte acadêmica no Brasil até o século XIX e muitos de nossos artistas criavam seus trabalhos sem praticamente nenhum contato com a "arte erudita". Aleijadinho, um de nossos maiores artistas, pode, sob vários aspectos, ser considerado um artista popular. Outro fator que espanta na arte popular é a semelhança observada em algumas peças produzidas por artesãos sem estudo artístico com obras encontradas em outras épocas e culturas, podendo dar indícios de fatores inconscientes que atuam nessas criações. Um exemplo disso são os santos brasileiros semelhantes às representações medievais que aparecem na arte popular, como os realizados por Severino de Iracunhaem. Além disso, são famosos em nossa arte os "santeiros", principalmente no interior do país e em Minas Gerais, que realizam suas obras seguindo as determinações da Igreja. Assim, por exemplo, uma representação de Santo Antônio deve seguir as características que a tradição religiosa imprime ao santo. A arte popular normalmente exprime um sentimento comum ao meio onde se desenvolve. Não costuma ser esperado do artista popular originalidade ou expressão individual, mas sim domínio artesanal e capacidade para executar as obras, normalmente encomendadas e ditadas pela sociedade em que ela se insere, que determina tanto a temática como, em alguns casos, a própria forma que o trabalho deva assumir. Bichinhos, figuras humanas e tipos (como o cangaceiro, a lavadeira, o padre), além de santos são os temas mais freqüentes da arte popular. Normalmente o artista popular tira da realidade em que vive seus assuntos, podendo às vezes imprimir doses de humor e crítica social às suas representações, como ilustram pequenas esculturas nordestinas de moças brancas dançando com negros de nariz tapado. Famosos pela sutil ironia são Mestre Vitalino e Zé Caboclo, ambos de Caruaru. O artista popular costuma ser auto-didata, sem contato com a arte erudita, retirando da tradição as técnicas que precisa para realizar seu trabalho. Pode inclusive criar recursos próprios para solucionar seus problemas. A personalização da tradição da sociedade em que esse artista está inserido pode gerar obras de grande valor artístico. As pequenas esculturas costumam ser as manifestações mais freqüentes da arte popular, especialmente a cerâmica. Devido às particularidades do trabalho com o material, existem pequenas oficinas (pelo menos inicialmente familiares) que se dedicam ao ofício. As oficinas de cerâmicas estão presentes em várias localidades do Brasil , destacando-se as da região oeste do país, as amazônicas, nordestinas e as do Rio Grande do Sul. Cidades como Caruaru, com suas esculturas mais sofisticadas, com valorização do movimento e realismo são influentes centros regionais que acabam por determinar padrões nordestinos. As esculturas em barro têm centros na região norte do país, em cidades como Belém - destacando-se principalmente as formas de animais locais, como os jacarés; no Sudeste, em cidades como Vitória e artistas como Mãe Ana; no Sul, em São José (Santa Catarina) e as misturas de seres fantásticos com pessoas e animais no conjunto das treze figuras coloridas do boi-de-mamão (realizadas por artistas como Anésia de Silveira). Ainda no Sudeste, vemos fortes centros em lugares como o Vale do Paraíba paulistano, cuja produção é especialmente intensa no Natal de figuras relacionadas à festa, como anjos, meninos e estrelas do oriente. O folclore do vale também é representado através de peças feitas para a tradicional "Festa do Divino". No Centro-Sul são famosas as esculturas de intenção religiosa. No Nordeste são especialmente conhecidas as figuras que, por seus trajes e atitudes, caracterizam aspectos da vida da região. Chamam a atenção também pela sofisticação que as representações apresentam, com detalhes como feições do rosto atentas aos tipos físicos do local. Ainda no Nordeste, as carrancas nos barcos que cruzam o São Francisco, usadas na intenção de espantar malefícios ou mesmo monstros folclóricos fluviais, são outros bons exemplos de arte popular. Os ex-votos também são considerados uma das mais importantes manifestações artísticas populares. Os milagres costumam enfatizar a região do corpo a que os fiéis pedem atenção divina. Nas cabeças, em que se apelam para mortos, tanto pode ser visto padrões comuns quanto preocupações artísticas em retratar as feições do falecido. O "Padinho Cícero", por exemplo, é um tema regional bastante empregado nas esculturas religiosas nordestinas, especialmente as de Juazeiro do Norte. A Umbanda também fornece grande inspiração para os artistas populares, como as figuras de Exus, caboclos e preto- velhos, especialmente fortes na Bahia, bem representadas por Cândido. É também típico do estado as figuras das "baianas", com suas vestes e formas anatômicas mais realistas. Principalmente através do Modernismo e de sua nacionalidade alguns artistas populares começaram a ser reconhecidos em círculos de arte erudita, sendo valorizados e realizando até mesmo exposições dentro e fora do país. Um dos primeiros desses artistas mais afinados com as tradições populares descobertos foi Cardosinho (José Bernardo Cardoso Júnior), português que veio ao Brasil com três anos de idade. Tendo começado a pintar com sessenta e oito anos, chama a atenção por suas composições fantásticas e misteriosas, que não se preocupam com o realismo nas proporções (como demonstram as borboletas enormes de seus quadros, copiadas em tamanho natural). Chegou mesmo a realizar uma mostra com Portinari. Djanira da Mota e Silva, nascida no interior de São Paulo e fixa no Rio de Janeiro é outra artista popular que realizou exposições, inclusive nos Estados Unidos. Entre algumas de suas obras estão: "Figuras na Rua" (1946) e "A Casa de Farinha" (1956) ou a pintura da Capela de Santa Bárbara, no túnel Catumbi - Laranjeiras, no Rio de Janeiro (1961- 1963). Chico da Silva, com seus animais fantásticos, como pássaros e dragões ligados ao folclore do norte-nordeste do país é mais conhecido na Europa (graças à intervenção do pintor suíço Jean Pierre Chabloz que o descobriu em Fortaleza) do que no Brasil. A tradição afro-brasileira e o aspecto contemplativo das esculturas do baiano Agnaldo Manuel dos Santos também o caracterizam como importante artista popular, como suas figuras sobre mãe e filho ou obras como "Totem" de 1973. Mestre Vitalino (ver verbete) de Caruaru, o carioca Heitor dos Prazeres, o pernambucano Manezinho Araújo, a paulista Maria Auxiliadora da Silva, são outros nomes de pintores populares que acabaram por ficar conhecidos em círculos eruditos.

Autoria: Djalma André da Silva

Conferência Estadual de Cultura

Conferência do Rio Grande do Sul abre com grande público
Estado gaúcho se mobiliza para a 1ª CNC

Com auditório lotado, mais de 300 participantes dos mais distantes municípios gaúchos, foi realizada no último dia 30, a Conferência Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, no auditório do Centro Cultural Erico Verissimo, em Porto Alegre. O evento, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado (SEDAC), as Comissões formadas por dirigentes e coordenadores de Cultura do Rio Grande do Sul (CODIC-FAMURS) e o Ministério da Cultura, teve como objetivo esclarecer à comunidade sobre a implantação do Sistema Nacional de Cultura, levantar propostas de políticas culturais e, também, de eleger os delegados de cultura que participarão em Brasília, no próximo mês, da 1ª Conferência Nacional de Cultura.Estiveram presentes à mesa de abertura o gerente de Articulação Nacional do Ministério da Cultura, Aloysio Guapindaia, o prefeito de Pedro Osório e representante CODIC-FAMURS, Moacir Otílio Alves, a representante do Ministério da Cultura no Rio Grande do Sul, Rosane Dalsasso, o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Jorge Campos, e o secretário de Estado da Cultura, Roque Jacoby.Os componentes da mesa elogiaram e agradeceram ao público pela grande quantidade de pessoas presentes, constatando o profundo interesse dos gaúchos pela implantação de políticas culturais que integrem os Estados brasileiros, através do Sistema Nacional de Cultura.“Que a política cultural deixe de ser uma política de governo e passe a ser uma política de Estado”, disse Guapindaia. Jorge Campos desejou a nova política cultural represente a potencialidade do Estado do Rio Grande do Sul”. Já o secretário Jacoby destacou os esforços do povo gaúcho em manter a forte característica cultural do Rio Grande do Sul. A organização de eventos de integração e promoção do Sistema Nacional de Cultura é uma oportunidade de unir não apenas os dirigentes e entidades culturais do Brasil, mas também a sociedade em geral, que tem a cultura como uma forma eficiente de progresso. "O Sistema Nacional de Cultura não é um trabalho isolado, exige a colaboração, em conjunto, de todos, lembra o secretário Roque Jacoby."(SEDAC/RS)