Tuesday, December 12, 2006

Grande talento

Obra de Denoir Zorzolli
Técnica óleo sobre tela - 70x90 cm

Artista
Denoir é considerado um novo talento dentro das artes plásticas, onde desenvolvem sua técnica e criação própria pintando desde a figura humana, animais, paisagens, florais. Em sua primeira participação em concurso Estadual foram classificadas suas duas obras participantes. Na atualidade se prepara para participar em concursos a níveis nacionais e internacionais. É o responsável por ministrar aulas de pintura em tela na Agência da Arte -Pelotas, onde suas obras ficam expostas.
Trabalho
Com sua amiga Rejane Botelho, proprietária e idealizadora do espaço, realizam diversos eventos para divulgação das artes e envolvimento com a comunidade. Uniram conhecimento e personalidade em só foco, aproveitando suas formações, diversos cursos profissionalizantes e uma vasta carga horária, realizam trabalhos na área, sendo criadores de diversos trabalhos de desing como: cartazes artísticos, propaganda, capas para cds e tantos outros, podendo criar móveis e decorar um residencial. Gostam de congregar as artes em uma só, como a música, dança, literatura e decoração valorizando assim todos os talentos artísticos.
Atualidade
Denoir hoje pinta diversos quadros para os adoradores e criadores de cavalos, reproduzindo na tela sua obra e talento, dando continuidade as aulas de pintura no ateliê.
Contatos: 53-9105 1159 ou agenciadaarte@yahoo.com.br
Rua Pe Anchieta, 3051 (atelier)

Monday, December 04, 2006

Tuesday, October 31, 2006

Bienal de SP

A 3ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Estadual dos Estudantes de São Paulo é dirigida aos estudantes de todo o estado de São Paulo, que participarão mediante preenchimento da ficha de inscrição e atendimento às condições deste regulamento.

A 3ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Estadual dos Estudantes de São Paulo será realizada na cidade de Campos do Jordão entre os dias 07 a 10 de dezembro de 2006.3. A 3ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Estadual dos Estudantes de São Paulo é composta pelos seguintes eventos:
a. Mostra de Música;
b. Mostra de Artes Cênicas;
c. Mostra de Cinema e Vídeo;
d. Mostra de Artes Visuais;
e. Mostra Literária;
f. Mostra de Ciência e Tecnologia;
g. Oficinas;
h. Ciclo de debates, palestras e workshops sobre diversos temas.

Maiores informações:
http://www.une.org.br/
http://www.bienaldaueesp.blogspot.com/

Saturday, October 28, 2006

Arte - registro

Informe-se sobre estes assuntos no link acima


:. Arte: é preciso registrar esse patrimônio
:. O "caminho das pedras" para filmes e obras audiovisuais
:. Roteiro do autor de obra de arte
:. Obras de engenharia e aProjetos de lei
:. Projetos de lei
:. Endereços


Roteiro do autor de obra de arte


Segundo a Lei do Direito Autoral (9.610/98), pinturas, aquarelas, gravuras, esculturas, litografias, desenhos (de personagens, de jóias, de logomarcas, etc.) e fotografias podem ser registradas como obras de arte na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Veja como:
1. Imprima e preencha o formulário oferecido no endereço
www.eba.ufrj.br/direitosautorais/home.html. Não esqueça de preencher o final e o verso do formulário, pois na falta de qualquer informação o pedido será devolvido para os acertos necessários. Lembre-se de que você é inteiramente responsável pelas informações prestadas.
2. Anexe a cada pedido duas reproduções legíveis da obra (fotografia, cópia xerox etc.), assinadas pelo autor, com tamanho de 10cm por 20cm. É importante enviar uma reprodução de qualidade porque a impressão pode desbotar com o tempo e a Escola de Belas Artes não se responsabiliza pela nitidez do material arquivado.
3. Junte cheque nominal à Fundação Universitária José Bonifácio, ou comprovante de depósito bancário em nome da Fundação Universitária José Bonifácio, conta 7333-4 da agência 0287-9 do Banco do Brasil, sob o código de apostila 7033-5, no valor de R$ 70.
4. Caso deseje solicitar uma busca para saber se a obra foi registrada nos últimos três anos, o valor cobrado é R$ 260.
5. Envie o pedido pelo correio ou entregue pessoalmente na Escola de Belas Artes (ver Endereços).
6. Os registros concedidos são devolvidos pelo correio, registrados, ou podem ser retirados no mesmo local de entrega do pedido.
A Agência da Arte cumprindo seu dever e tudo em cima!

Sunday, October 01, 2006

Sebastia Boada


The New York Times

A work by Sebastia Boada, a Catalan Painter from Barcelona, where three of the most famous artists in history were from. Picasso, Miro and Dali. Is there something in the air? We can still acquire works by Boada at the Spanish price and not the American one, and we believe that an invesment in the distribution of his limited editions can be a very lucrative prospect. Please email us/or call for the details of the program
Three Ten % over cost!. If you're already in love with some contemporary artist, and you're spending at least a couple of thousand or more per year on his or her work, then this is the program for you. We acquire them for you at the wholesale price in return for a small commission. Artists such as Shvaiko, Royo, Hessam, Sabzi, Britto, Pino, etc.
(tradução na trave-portugues)

Um trabalho por Sebastia Boada, Pintor catalão de Barcelona donde três dos artistas mais famosos em história eram. O Picasso, Miro e Dali. Há algo no ar? Nós ainda podemos adquirir trabalhos por Boada ao preço espanhol e não o americano, e nós acreditamos que um invesment na distribuição das edições limitadas dele pode ser um prospecto muito lucrativo. Por favor us/or de e-mail pedem os detalhes do programa
Três Dez% em cima de custo!. Se você já está apaixonado por algum artista contemporâneo, e você está gastando um par de pelo menos mil ou mais por ano aceso o dele ou o trabalho dela, então este é o programa para você. Nós os adquirimos para você ao preço por atacado em troca de uma comissão pequena. Artistas como Shvaiko, Royo, Hessam, Sabzi, Britto, Pino, etc.

Tuesday, August 08, 2006

Incentivar é necessário

Aos 11 anos, o talento já é de gente grande: ARTE DESDE PEQUENO: Allan Nascimento Langone, de apenas 11 anos, está na sexta série mas surpreende a comunidade do Colégio Pelotense .
Aos 11 anos, o talento já é de gente grande
Jussara LautenschlägerC om a finalidade de comemorar o Dia do Gato Pelado, sím-bolo do Colégio Municipal Pelotense, e incentivar alunos que tenham talentos artísticos para a música, artes cênicas e plásticas, o aluno Gato Pelado da 6ª série, Allan Nascimento Langone, 11 anos, expõe seus trabalhos no saguão do educandário. O convite e a articulação do evento é da diretora Marita Nebel. Por já conhecer o trabalho de Allan e conferir de perto na exposição do Seminário dos Surdos, Marita partiu para o convite. "Devemos ter outros talentos na escola e ele é um incentivo para todos", acrescenta. Serão três dias de exposição.
Professora descobre talento
O talento do estudante do Colégio Municipal Pelotense foi descoberto por uma professora da 3ª série do Ensino Fundamental, após um passeio com a turma aos prédios históricos da área central. A tarefa seria reproduzir os prédios do Mercado Central e da Câmara de Vereadores. O traço do desenho do aluno despertou a atenção da educadora, que chamou os responsáveis. A finalidade era pedir aos pais para dar uma atenção especial a Allan e investir no aluno. Na 4ª série, conta a mãe Nilce Langone, ele começou a freqüentar as aulas de um curso de desenho. O diretor e professor da escola, Júlio dos Anjos, após avaliar os trabalhos, constatou que o curso básico não era adequado e o encaminhou para o acadêmico avançado de desenho.
História emociona pequeno artista plástico
Dentre todos os trabalhos o destaque é para o que retrata um violão, uma mala e uma cuia. A mãe conta que sempre viajava para Curitiba para visitar a avó e ao sair de casa dizia: "Meu filho vou de mala, violão e cuia". Mas o significado da obra é duplo, porque marca o retorno da mãe de viagem e a notícia da morte da avó. Ao relembrar a história, Allan não consegue conter as lágrimas e é consolado pelos colegas. O pai Fernando Luiz Langone, 48 anos, e a irmã Amanda Nascimento Langone, 21 anos, também são grandes incentivadores.
Questionado do curso que gostaria de fazer, o menino não pensa duas vezes:
"É Design Gráfico ou Arquitetura e Urbanismo". Mesmo tímido, ele se emociona ao colocar o avental e pegar nas tintas. Os colegas admiram as obras e apostam no amigo, que já é considerado, por alguns professores, um artista plástico.
materia Diário Popular/Jussara Lautenschläger

Tuesday, June 13, 2006

Resultado - VI Salão Marinheiro Marcílio Dias

VI Salão de Artes

Estivemos ontem, dia 12 de junho na cidade de Rio Grande para apreciar a Exposição do VI Salão de Artes Imperial Marinheiro Marcílio Dias, no local podemos observar a variedade de artistas e técnicas apresentadas, como pintura acrílica sobre tela e eucatex, óleo sobre tela e óleo sobre eucatex, mista sobre tela e eucatex e também a arte da fotografia. Dentre as obras da pintura óleo sobre tela foi selecionado o artista pelotense e ministrante de cursos de pintura no ateliê Agência da Arte, Denoir Zorzolli que apresentou dois trabalhos intitulados, "Marinha" e "Ouvindo o barulho do mar".
No local fomos recepcionados e gentilmente recebidos por uma das organizadoras a Senhora Jussara Bastos de Almeida, onde trocamos idéias sobre atualidade das artes e próximos salões.
Por intemédio desta organizadora agradecemos a Marinha por proporcionar este evento para os artistas de nosso estado.
O nosso obrigado aos responsáveis e organizadores deste salão e tenham certeza de estarem ajudando a divulgar os nossos talentos artisticos.
Rejane Botelho

RESULTADO PINTURA
de: Virgínia Heitling - "Navegando" - Santa Cruz do Sul (1º Lugar)
de: Elisabeth Laky Gatti - "Ancorada" - Porto Alegre (2º Lugar)
de: Traudi Ingrid Meurer - "Ao Luar" - Santa Cruz do Sul (3º Lugar)

RESULTADO FOTOGRAFIA
de: Carlos César Reis de Oliveira - "Pelotas" - Porto Alegre (1º Lugar)
de: João Otávio Cussinato Bell - "Varzão" - Porto Alegre (2º Lugar)
de: Mariângela Loureiro - "Rio Grande: Cenários Ocultos" - Rio Grande (3º Lugar)

Comissão Julgadora
Geraldo Roberto da Silva - Rio Grande
Lourdes Giacomolli Osorio - São Sepé
Jussara Casarin - Bagé
Helena Badia - Pelotas
Miriam Bengoa - Rio Grande

Desenhando

Este link é de uma artista.
http://fcmx.net/vec/get.swf?i=003702

Wednesday, May 31, 2006

Escolha com base nos critérios da linguagem contemporânea

Artistas que vão expor na Sala Frederico Trebbi

A Secretaria Municipal de Cultura (Secult), através de sua diretoria de Artes Visuais, definiu os artistas e obras selecionados pelo edital de ocupação da Sala de Exposições Frederico Trebbi, e que serão exibidas até o final do ano.Ao todo, 12 propostas de exposição foram inscritas e submetidas à analise da comissão de seleção, formada por integrantes das universidades (UFPel e UCPel), Secretaria de Cultura, artistas e entidades representativas das Artes Visuais na cidade. A comissão e as predisposições do referido edital foram formadas a partir de reuniões realizadas com o segmento das Artes Visuais em Pelotas, estabelecendo um processo de participação do segmento na política de uso do espaço destinado à produção artística na cidade.
Os critérios de avaliação levaram em consideração o histórico do artista no município, apresentação da proposta, coerência, clareza e adequação às linguagens contemporâneas das Artes Visuais. Ao final do processo de seleção, quatro propostas de trabalho foram escolhidas e vão ser apresentadas ao público a partir do mês de julho e ocupar as instalações da sala, até janeiro de 2007.
O espaço
A Sala de Exposições Frederico Trebbi originalmente situada no saguão de entrada da Prefeitura, por motivos de obras neste local, foi temporariamente deslocada para o prédio do Grande Hotel. Desde o dia 27 de abril acolhe a exposição Artistas Pelotenses no Acervo da Secult . Os Selecionados para ocupar a sala foram: Madu Lopes, Luíza Carvalho, Gracia Calderón, e a proposta de exposição coletiva, intitulada Caminhos, que apresenta os trabalhos de Stella Castilho, Samuel Sacramento e Pauline Trecha.
Data: 29/05/2006
Hora: 17:47
Redator: Secom
Fotógrafo: Vanderlei Porto

Wednesday, May 17, 2006

Expo Lisboa


EXPO LISBOA -Set 2006
Prezado artista, será realizada em setembro de 2006, em Lisboa, a exposição ARTISTAS DO BRASIL EM PORTUGAL, com apoio da embaixada brasileira em Lisboa.


Informações a seguir:

LOCAL DA EXPOSIÇÃO: Casa da América Latina (Lisboa)
DATA: Setembro de 2006 (10 dias de exposição)
Nº de OBRAS p/ ARTISTA: 2 obras com o máximo de 50X60 cm (incluindo a moldura)
ESCULTURA: 2 de no máximo 35 cm de altura c/ 3 Kg



O valor da participação será de :

R$ 600,00 de entrada + 3 parcelas de R$ 500,00 ( em cheques pré-datados).

Pagamento : entrada até 30 de maio e última parcela até 10 de agosto.
Inclui: montagem da exposição, convites, folder com fotos dos trabalhos dos participantes, coquetel, divulgação com apoio da embaixada brasileira durante a exposição e assistência da curadora Sheila Athaíde desde o Brasil*.

*Assistência no Brasil para os artistas participantes:
Será providenciado os papéis do IPHAN para transporte das obras, incluindo o serviço do despachante aduaneiro.

Organização ,Curadoria--
Brazilian Broup
Sheila Ataide
APOIO:
-PAUMAR ATHELIER
TEL:
021--22753924---HORARIO COMERCIAL
21--99470002

DO KARMMO FERREIRA

Thursday, March 30, 2006

Programa Hip Hop - TV

créditos: Carlos Cogoy - Jornal Diário da Manhã

Wednesday, March 01, 2006

Cubismo

Cubismo

O movimento cubista começou em 1907 e terminou em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os artistas envolvidos abandonaram-no. Seus principais focos de resistência foram as artes decorativas e arquitetura do século XX. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía coerência. Era inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no princípio de "realização do motivo" de Cézanne. A geometrização das figuras resultam numa arte intuitiva e abstrata, derivada da "experiência visual ". Baseia-se essencialmente na luz e na sombra. Rompe com o conceito de arte como imitação da natureza (que vinha desde a Renascença), bem como com as noções da pintura tradicional, como a perspectiva. Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata primordialmente de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua própria vida". Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso e Georges Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao movimento. Entre eles, destacam-se, Guillaume Apollinaire, Fernand Léger , Max Jacob, Robert Delaunay , Picabia, Gertrude e Leo Stein, Jean Metzinger, Albert Gleizes, Juan Gris e os irmãos Jacques Villon, Duchamp -Villon e Marcel Duchamp, entre outros. O mexicano Diego Rivera (1886 - 1957) e o holandês Piet Mondrian (1872 - 1944) também tiveram contato com o movimento. Entretanto, devido ao enorme número de artistas que aderiram ao estilo, havia grandes diferenças pessoais estilísticas. "Casas e Árvores", de Georges Braque, com suas formas geométricas e perspectiva própria, pode ser considerada a obra de origem do movimento. O cubismo costuma ser dividido em fase analítica - desenvolvida por Picasso e Braque entre 1909 e 1912 - e fase sintética (a partir de 1912). Entretanto, esses termos não são considerados adequados, uma vez que tentam, baseados em conceitos falhos, estabelecer grandes diferenças estéticas dentro de um estilo em processo de definição e evolução. "O Jogador de Cartas" e "Retrato de Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moça com Guitarra" e "Cabeça de Moça", de Georges Braque; "Paisagem", de Jean Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris; "Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de Fernand Léger e "Janela", de Robert Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no movimento. A escultura cubista, cujos principais nomes formam Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens, desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave. Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura cubista, relacionando-a à arquitetura. A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito dinâmico, é um bom exemplo de sua obra. O fim do movimento cubista (mas não o término de sua influência sobre a arte, tampouco o fim do próprio cubismo), deve-se à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, com o recrutamento de boa parte dos artistas do movimento. Por suas características abstratas, foi bastante adaptável, inspirando movimentos como o futurismo, o orfismo, o purismo e o vorticismo.
Autoria: Daniela Cantalino
Arte Popular no Brasil

Nas camadas populares muitos artistas realizam suas obras, normalmente em seus dias de folga, nas horas tiradas do trabalho na lavoura ou demais ocupações, solitariamente ou com a ajuda da família. Em alguns casos, há dedicação integral para a tarefa, entretanto, são poucos os que conseguem sobreviver somente dos trabalhos artísticos realizados. Feiras e mercados são os principais compradores desses produtos que normalmente acabam sendo usados nas decorações de casa, nas brincadeiras infantis ou até mesmo nos altares de igrejas. Os objetos de arte popular normalmente têm fins decorativos e as peças ora podem ser independentes, ora podem ser criadas para enfeitar outros objetos ou substituir aqueles de uso doméstico. A arte sacra sempre foi importante meio de expressão de nossos artistas populares. O culto católico aos santos criou condições propícias para que muitos artistas populares se expressassem. Além disso, deve se levar em conta que não existiam escolas de arte acadêmica no Brasil até o século XIX e muitos de nossos artistas criavam seus trabalhos sem praticamente nenhum contato com a "arte erudita". Aleijadinho, um de nossos maiores artistas, pode, sob vários aspectos, ser considerado um artista popular. Outro fator que espanta na arte popular é a semelhança observada em algumas peças produzidas por artesãos sem estudo artístico com obras encontradas em outras épocas e culturas, podendo dar indícios de fatores inconscientes que atuam nessas criações. Um exemplo disso são os santos brasileiros semelhantes às representações medievais que aparecem na arte popular, como os realizados por Severino de Iracunhaem. Além disso, são famosos em nossa arte os "santeiros", principalmente no interior do país e em Minas Gerais, que realizam suas obras seguindo as determinações da Igreja. Assim, por exemplo, uma representação de Santo Antônio deve seguir as características que a tradição religiosa imprime ao santo. A arte popular normalmente exprime um sentimento comum ao meio onde se desenvolve. Não costuma ser esperado do artista popular originalidade ou expressão individual, mas sim domínio artesanal e capacidade para executar as obras, normalmente encomendadas e ditadas pela sociedade em que ela se insere, que determina tanto a temática como, em alguns casos, a própria forma que o trabalho deva assumir. Bichinhos, figuras humanas e tipos (como o cangaceiro, a lavadeira, o padre), além de santos são os temas mais freqüentes da arte popular. Normalmente o artista popular tira da realidade em que vive seus assuntos, podendo às vezes imprimir doses de humor e crítica social às suas representações, como ilustram pequenas esculturas nordestinas de moças brancas dançando com negros de nariz tapado. Famosos pela sutil ironia são Mestre Vitalino e Zé Caboclo, ambos de Caruaru. O artista popular costuma ser auto-didata, sem contato com a arte erudita, retirando da tradição as técnicas que precisa para realizar seu trabalho. Pode inclusive criar recursos próprios para solucionar seus problemas. A personalização da tradição da sociedade em que esse artista está inserido pode gerar obras de grande valor artístico. As pequenas esculturas costumam ser as manifestações mais freqüentes da arte popular, especialmente a cerâmica. Devido às particularidades do trabalho com o material, existem pequenas oficinas (pelo menos inicialmente familiares) que se dedicam ao ofício. As oficinas de cerâmicas estão presentes em várias localidades do Brasil , destacando-se as da região oeste do país, as amazônicas, nordestinas e as do Rio Grande do Sul. Cidades como Caruaru, com suas esculturas mais sofisticadas, com valorização do movimento e realismo são influentes centros regionais que acabam por determinar padrões nordestinos. As esculturas em barro têm centros na região norte do país, em cidades como Belém - destacando-se principalmente as formas de animais locais, como os jacarés; no Sudeste, em cidades como Vitória e artistas como Mãe Ana; no Sul, em São José (Santa Catarina) e as misturas de seres fantásticos com pessoas e animais no conjunto das treze figuras coloridas do boi-de-mamão (realizadas por artistas como Anésia de Silveira). Ainda no Sudeste, vemos fortes centros em lugares como o Vale do Paraíba paulistano, cuja produção é especialmente intensa no Natal de figuras relacionadas à festa, como anjos, meninos e estrelas do oriente. O folclore do vale também é representado através de peças feitas para a tradicional "Festa do Divino". No Centro-Sul são famosas as esculturas de intenção religiosa. No Nordeste são especialmente conhecidas as figuras que, por seus trajes e atitudes, caracterizam aspectos da vida da região. Chamam a atenção também pela sofisticação que as representações apresentam, com detalhes como feições do rosto atentas aos tipos físicos do local. Ainda no Nordeste, as carrancas nos barcos que cruzam o São Francisco, usadas na intenção de espantar malefícios ou mesmo monstros folclóricos fluviais, são outros bons exemplos de arte popular. Os ex-votos também são considerados uma das mais importantes manifestações artísticas populares. Os milagres costumam enfatizar a região do corpo a que os fiéis pedem atenção divina. Nas cabeças, em que se apelam para mortos, tanto pode ser visto padrões comuns quanto preocupações artísticas em retratar as feições do falecido. O "Padinho Cícero", por exemplo, é um tema regional bastante empregado nas esculturas religiosas nordestinas, especialmente as de Juazeiro do Norte. A Umbanda também fornece grande inspiração para os artistas populares, como as figuras de Exus, caboclos e preto- velhos, especialmente fortes na Bahia, bem representadas por Cândido. É também típico do estado as figuras das "baianas", com suas vestes e formas anatômicas mais realistas. Principalmente através do Modernismo e de sua nacionalidade alguns artistas populares começaram a ser reconhecidos em círculos de arte erudita, sendo valorizados e realizando até mesmo exposições dentro e fora do país. Um dos primeiros desses artistas mais afinados com as tradições populares descobertos foi Cardosinho (José Bernardo Cardoso Júnior), português que veio ao Brasil com três anos de idade. Tendo começado a pintar com sessenta e oito anos, chama a atenção por suas composições fantásticas e misteriosas, que não se preocupam com o realismo nas proporções (como demonstram as borboletas enormes de seus quadros, copiadas em tamanho natural). Chegou mesmo a realizar uma mostra com Portinari. Djanira da Mota e Silva, nascida no interior de São Paulo e fixa no Rio de Janeiro é outra artista popular que realizou exposições, inclusive nos Estados Unidos. Entre algumas de suas obras estão: "Figuras na Rua" (1946) e "A Casa de Farinha" (1956) ou a pintura da Capela de Santa Bárbara, no túnel Catumbi - Laranjeiras, no Rio de Janeiro (1961- 1963). Chico da Silva, com seus animais fantásticos, como pássaros e dragões ligados ao folclore do norte-nordeste do país é mais conhecido na Europa (graças à intervenção do pintor suíço Jean Pierre Chabloz que o descobriu em Fortaleza) do que no Brasil. A tradição afro-brasileira e o aspecto contemplativo das esculturas do baiano Agnaldo Manuel dos Santos também o caracterizam como importante artista popular, como suas figuras sobre mãe e filho ou obras como "Totem" de 1973. Mestre Vitalino (ver verbete) de Caruaru, o carioca Heitor dos Prazeres, o pernambucano Manezinho Araújo, a paulista Maria Auxiliadora da Silva, são outros nomes de pintores populares que acabaram por ficar conhecidos em círculos eruditos.

Autoria: Djalma André da Silva

Conferência Estadual de Cultura

Conferência do Rio Grande do Sul abre com grande público
Estado gaúcho se mobiliza para a 1ª CNC

Com auditório lotado, mais de 300 participantes dos mais distantes municípios gaúchos, foi realizada no último dia 30, a Conferência Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, no auditório do Centro Cultural Erico Verissimo, em Porto Alegre. O evento, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado (SEDAC), as Comissões formadas por dirigentes e coordenadores de Cultura do Rio Grande do Sul (CODIC-FAMURS) e o Ministério da Cultura, teve como objetivo esclarecer à comunidade sobre a implantação do Sistema Nacional de Cultura, levantar propostas de políticas culturais e, também, de eleger os delegados de cultura que participarão em Brasília, no próximo mês, da 1ª Conferência Nacional de Cultura.Estiveram presentes à mesa de abertura o gerente de Articulação Nacional do Ministério da Cultura, Aloysio Guapindaia, o prefeito de Pedro Osório e representante CODIC-FAMURS, Moacir Otílio Alves, a representante do Ministério da Cultura no Rio Grande do Sul, Rosane Dalsasso, o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Jorge Campos, e o secretário de Estado da Cultura, Roque Jacoby.Os componentes da mesa elogiaram e agradeceram ao público pela grande quantidade de pessoas presentes, constatando o profundo interesse dos gaúchos pela implantação de políticas culturais que integrem os Estados brasileiros, através do Sistema Nacional de Cultura.“Que a política cultural deixe de ser uma política de governo e passe a ser uma política de Estado”, disse Guapindaia. Jorge Campos desejou a nova política cultural represente a potencialidade do Estado do Rio Grande do Sul”. Já o secretário Jacoby destacou os esforços do povo gaúcho em manter a forte característica cultural do Rio Grande do Sul. A organização de eventos de integração e promoção do Sistema Nacional de Cultura é uma oportunidade de unir não apenas os dirigentes e entidades culturais do Brasil, mas também a sociedade em geral, que tem a cultura como uma forma eficiente de progresso. "O Sistema Nacional de Cultura não é um trabalho isolado, exige a colaboração, em conjunto, de todos, lembra o secretário Roque Jacoby."(SEDAC/RS)

Friday, February 17, 2006

Cartunistas da América do Sul

UOL


de 21/1 a 26/2
Caixa Cultural - Edifício Sé (SP)
entrada franca
A mostra apresenta trabalhos de 25 artistas sul-americanos. Entre os brasileiros, estão Angeli, Chico Caruso, Jaguar, Laerte, Lan, Miguel Paiva, Millôr, Veríssimo e Ziraldo. Além disso, há trabalhos de Maitena (Argentina), Jimmy Scott (Chile), Casartelli (Paraguai), Arotxa (Uruguai), Pancho Cajás (Equador) e outros. Horários: terça a domingo das 9h às 21h. A Caixa Cultural fica na Praça da Sé, 111. Informações: (11) 3107-0498.

Tuesday, February 14, 2006

Seminário debate
ligação entre cultura e poder


Assunto foi debatido em evento em Florianópolis


Carlos Pereira

Florianópolis - A influência financeira nas articulações culturais, a ideologia escondida na disposição das obras em uma exposição e a mobilidade de uma mostra de arte foram alguns dos pontos discutidos na última mesa-redonda do seminário promovido pelo Museu Vítor Meireles na semana passada, na Capital. Entre os participantes, Paulo Reis, curador independente paranaense; Regina Melin, artista plástica e professora; Yiftah Peled, artista plástico e professor; e João Edmundo Bohn Neto, arquiteto.
Paulo Reis, organizador do Panorama Brasileiro da Arte Contemporânea, fez a intervenção mais crítica. Para ele, há uma articulação cada vez mais estreita e perigosa entre cultura, política e poder financeiro. "O que move as exposições hoje?", questiona, relacionando uma série de "maus" exemplos que comprovariam a influência do capital na definição de vários projetos. Entre eles, a demissão do diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Ivo Mesquita, abrindo espaço para a captação de "grandes eventos internacionais", como argumentou a direção da instituição na época.
A disputa financeira que se travou em 2001 entre os organizadores da exposição dos 500 anos de descobrimento do Brasil e da Bienal Internacional de São Paulo terminou com derrota para a última, que acabou sendo transferida para este ano. "Nosso desafio é encontrar maneiras ousadas de gerenciar questões como formação de acervo, organização de mostras, entre outros, alcançando resultados sólidos", argumenta ele.
Regina Melin e Yiftah Peled direcionaram suas participações para o espaço dentro dos museus. Regina abordou a mobilidade da exposição, que não deve ficar apenas centrada na própria obra exposta, mas pode ser ampliada para outros "locais" como o catálogo, que também garante o registro e a conservação do trabalho. "A obra não pode ser vista como algo isolado, devendo-se levar em conta também o seu entorno", afirma. Como exemplo, citou o Projeto Artecidade, desenvolvido na periferia de São Paulo este ano, com os artistas montando os trabalhos na rua.
Peled abordou a disposição que os trabalhos têm em uma mostra e a ideologia que isso pode transmitir. "As representações são formações, mas também podem ser deformações", diz. Ele se utilizou de vários slides para exemplificar sua teoria. Segundo o artista e professor, muitos museus estão começando a recolocar o acervo sob novas perspectivas. "O curador tem um papel importante dentro deste processo", afirma.
Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB)/SC), Edmundo Bohn Neto atentou para a necessidade da arquitetura atender as necessidades existenciais do indivíduo. "Para se projetar espaço público é preciso ter sensibilidade para imaginar o resultado nas outras pessoas", observa.

Escola para Restaurador

Para suprir falta de profissionais especializados, SC quer montar curso em nível técnico
Carla Pessotto
Florianópolis - A conclusão da restauração do Museu Histórico de Santa Catarina ­ Palácio Cruz e Sousa, instalado no Capital, está suspensa por tempo indeterminado. O trabalho somente será feito quando forem captados os R$ 650 mil necessários para a realização de um curso em nível técnico para restauradores de pintura mural, justamente a próxima etapa do processo de recuperação do prédio histórico. "A formatação dos dois objetivos em um só projeto é uma opção lógica", afirma Andrea Marques Dal Grande, administradora do museu.Pela proposta, o curso irá reunir importantes especialistas nacionais nas diferentes fases do processo de restauração, como química e reboco, entre outros. "Com isso, teremos know how para a realização do trabalho, ao mesmo tempo que haverá a formação de mão-de-obra especializada, uma carência hoje no Estado", diz.Conforme Andrea, a participação destes profissionais é imprescindível para as inevitáveis discussões de casos que irão surgir durante o processo, em função da complexidade do trabalho. Isso porque, conforme ela, a pintura mural do Palácio Cruz e Sousa "é um frankenstein", por causa das sucessivas intervenções no original, datado do século 18.A proposta não recebeu a chancela do Conselho Estadual de Cultura (CEC), em função do excesso de projetos da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) aprovados este ano para receber recursos do Fundo da área. São dois caminhos programados: apresentação para inclusão na Lei Rouanet no segundo semestre na categoria mecenato. Se não for aprovado, será apresentada novamente na lei estadual no primeiro semestre de 2003, para a captação de recursos do Fundo. "Espero que no próximo ano esse problema esteja resolvido", diz Andrea.Com a garantia do dinheiro, além da finalização do processo de recuperação do museu, será iniciado um processo que pode acabar com a carência de profissionais preparados para trabalhos similares. "A falta de pessoal especializado em processos de restauro e conservação resulta, às vezes, em verdadeiros crimes contra o patrimônio histórico do Estado", afirma Andrea. "A não-regulamentação da profissão permite que muita gente sem nenhum conhecimento técnico atue na área, danificando obras importantes", concorda Cláudia Philippi Scharf, presidente da Associação Catarinense dos Conservadores e Restauradores de Bens Culturais (ACCR).A dimensão do problema pode ser medida a partir de um exemplo recente, o incêndio criminoso que atingiu as imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos e Senhor Morto, da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Porto Belo. O artista sacro Osvaldo Zanini não teria, na opinião de Cláudia, qualificação técnica para o trabalho, e o resultado disso é que as peças que datam do século 18 já apresentam craquelê, uma descamação da pintura feita na recuperação. Artista sacro, Zanini se defende, afirmando que o trabalho feito não foi de restauração. "Eu fiz as peças novamente. Recebi a encomenda de sete imagens, sendo que de uma delas só havia restado um par de olhos de vidro", afirmou na época. A procura cada vez maior por informações fez com que a associação organizasse um folheto básico sobre o assunto, com orientações sobre conservação. "Também estamos montando um cadastro com os cerca de 80 membros da ACCR, com as especialidades de trabalho, para orientar quem procura pelo serviço de restauro e conservação", diz Cláudia. "É uma forma de coibir a atividade de quem não está preparado."Além da sugestão de nomes pela entidade, os proprietários de bens culturais ou históricos podem recorrer ao Atecor, ateliê de restauração da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), que funciona no prédio do Centro Integrado de Cultura (CIC), na Capital. O Atecor, por exemplo, é responsável pelo restauro e conservação de todas as peças do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), que conta com um acervo de 1,4 mil obras.
ONDE ENCONTRAR
Associação Catarinense de Conservadores e Restauradores, av. Mauro Ramos, 1.264, Florianópolis, tel.: (48) 224-0890
Atecor - Ateliê de Conservação e Restauro da FCC, av. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis, tel.: (48) 333-2166.

Wednesday, January 25, 2006

Espaço Glauco Pinto - Passo Fundo

Espaço Glauco Pinto seleciona artistas
Encontra-se na Secretaria de Cultura de Pelotas (Praça Coronel Pedro Osório, esquina Lobo da Costa), cópia do Edital/ 2005 e da ficha de inscrição para artistas interessados em expor seus trabalhos em julho de 2006, no espaço Glauco Pinto de Morais, do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, da Universidade de Passo Fundo.
O Edital e a ficha de inscrição também podem ser acessados pelo site: www.upf.br/mavrs.
Os interessados também podem procurar pelo edital e ficha de inscrição na Secult de segunda a quinta –feira, das 14h30min às 17h30min, e nas sextas-feiras, das 9h30min às 12h30min.
Data: 24/01/2006
Hora: 15:07
Redator: Secom

Saturday, January 21, 2006

A exposição Tarsila do Amaral


A exposição Tarsila do Amaral - O nascimento do modernismo no Brasil inaugurada dia 15 de dezembro ficará aberta até 20 de fevereiro de 2006, na Maison de l’Amérique Latine, em Paris. É a primeira exposição individual da obra da artista desde 1926.
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São mais de 40 obras distribuídas entre 15 pinturas, 21 desenhos e nove documentos dos períodos de Paris (1923), Pau-brasil (1924 a 1927) e Antropofagia (1928 a 1929).



Além das obras, provenientes de instituições públicas e de coleções particulares brasileiras, também compõem a exposição trabalhos de artistas franceses que conviveram com Tarsila nos anos 20, como Albert Gleizes, Georges Valmier e André Lhote. E, ainda, um painel biográfico de textos, fotos e reproduções de obras criando uma linha do tempo.

Catálogo - Durante a inauguração da exposição foi lançado catálogo bilíngüe francês/português, com textos dos curadores Paulo Herkenhoff, diretor do Museu Nacional de Belas Artes; Brigitte Hedel-Samson, diretora do Museu Fernand Léger; Jean-François Chougnet, do Comissariado Francês do Ano do Brasil na França; Elza Ajzenberg, diretora do MAC/USP; e uma breve biografia de Tarsila, escrita por Tarsila do Amaral, sua sobrinha-neta e homônima.


Tarsila do Amaral - Nasceu em 1º de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari (SP). De família rica, teve uma bela infância, morando em fazenda, crescendo entre bichos e plantas, um cotidiano de menina rica: tudo o que sua família usava - roupas e utensílios – vinha diretamente da Europa. Cresceu aristocrática em meio a paisagens simples e gente humilde.

Seu amor à arte iniciou com a família, em saraus domésticos em que a mãe tocava piano e o pai lia poemas em francês. Aos 16 anos foi estudar em Barcelona, na Espanha, onde literatura e desenhos passaram a fazer parte de sua vida. Voltou para o Brasil em 1906, a fim de casar-se com o marido que sua família escolhera. União que se revelou infeliz dada a diferença cultural gritante entre os cônjuges. Do casamento fracassado – mais tarde anulado - teve uma filha: Dulce.



Uma decidida Tarsila agora se esforçava para seguir a vocação para a pintura. No início de seus estudos artísticos, com os escultores Zadig e Mantovani, e com o pintor Pedro Alexandrino, não havia ainda os sinais do que ela viria a ser. Eram somente naturezas mortas e paisagens, ainda muito distantes de seu surto criativo em outros momentos.

Depois disso, fez uma rápida passagem entre os impressionistas e, em 1920, seguiu para a França, onde freqüentou a Academia Julian, e o atelier do retratista Émile Renard. Algumas de suas pinturas desse período apontam influências de Renard, então um artista da moda: tons de cor desmaiados, com predomínio do azul. Esses também muito distantes da arte que ela viria a construir, mas já se pode verificar nessas telas a promessa do que viria futuramente sob as formas simplificadas e a iluminação particular.

Em 1922, estava expondo no Salão dos Artistas Franceses, em Paris. Ano em que pintou A Espanhola (Paquita). Retorna ao Brasil no Massilia, navio de luxo, quatro meses depois da efervescência da Semana de Arte Moderna. A amiga e também pintora Anita Malfatti a apresenta a amigos intelectuais vanguardistas e que participam da Revista Klaxon: Oswald, Mário, Menotti Del Picchia, Sérgio Buarque de Holanda, Graça Aranha. Devidamente identificada com o ideário modernista, envolve-se afetiva e artisticamente com os novos amigos. Sua beleza física impressionava a todos nos salões elegantes e nos círculos intelectuais.

Com Oswald, Menotti, Mário de Andrade e Anita Malfatti compõe o chamado Grupo dos Cinco, que teve vida curta. No final de 1922, ela decide voltar para Paris, mas havia um Oswald no meio do caminho. Esse homem impetuoso, apaixonado e um mestre da ousadia a seguiu pela Europa e teve com ela mais que um casamento. Fizeram uma parceria intelectual poderosa em que um alimentava a arte do outro.

Em 1923, Tarsila passa a travar contato com mestres cubistas, entre eles Picasso, Fernand Léger e André Lothe. De Léger guardará influências que serão visíveis em muitos dos seus trabalhos. Nesse período, conhece artistas do porte de De Chirico, Stravinsky, André Breton e Blaise Cendrars.

Suas telas estão nitidamente mais cubistas, mas impregnadas de uma brasilidade que se manifesta sobretudo nas cores que o poeta Carlos Drummond de Andrade tão bem definiu: “O amarelo vivo, o rosa violáceo, o azul pureza, o verde cantante”. (Ao lado a tela Urutu, 1928)




Em 1924, depois de uma viagem feita com Oswald e Blaise Cendrars às cidades históricas de Minas Gerais, iniciou uma pintura definida como de cores ditas 'caipiras', rosas e azuis, as flores de baú, a estilização geométrica das frutas e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construção cubista. É a fase Pau-Brasil registrando cidades, paisagens e tipos comoventemente brasileiros.


Em 1928, casada há aproximadamente dois anos com Oswald de Andrade, decide dar ao marido um inusitado presente de aniversário: pintar um quadro “que assustasse o Oswald, uma coisa que ele não esperasse”.

Nasce então o famoso Abaporu, figura monstruosa de cabeça pequena, braço fino e pernas enormes, tendo ao lado um cactus cuja flor dá a impressão de ser um sol.

Ao ver tal imagem, de fato Oswald se assusta. Acha a composição magnífica, extraordinária, selvagem: “Uma coisa do mato”.

Tarsila morreu em 17 de janeiro de 1973, aos 86 anos, deixando pouco mais de duas centenas de quadros, alguns desenhos e esculturas. É relativamente pouco, mas fundamental para uma busca que prossegue até hoje: a consolidação de uma pintura nacional.

Caetano Veloso & Lula

O cantor e compositor Caetano Veloso está surpreso com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caetano diz que não apostou no sucesso, mas considera o desempenho aquém das poucas expectativas. Ele afirma acreditar que as eleições de outubro mudarão os titulares do poder. Caetano poupa o ministro da Cultura, Gilberto Gil, companheiro de mais de quatro décadas, mas acha que o tom do diálogo com os produtores de cultura e entretenimento precisa mudar. "Não fica bem, sendo parte de um governo que toca a política econômica do ministro Antonio Palocci (Fazenda), falar no tom do Stédile (João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)", disse, em entrevista por e-mail, publicada na edição desta quarta-feira de O Estado.

Com 40 anos de carreira, o cantor e compositor afirma que a atividade dele independe da administração federal, mas tem uma história de manifestar as discordâncias. Começou em 1986, quando o então ministro da Cultura da gestão do presidente José Sarney, Celso Furtado, proibiu o filme "Je Vous Salue, Marie". No caso de Gil, acompanha o trabalho no ministério mais por causa da antiga amizade entre eles e também porque "as bravatas de esquerda migraram da economia para a cultura". "Aí, a gente fica mais solicitado." A seguir, os principais pontos da entrevista:

MINISTÉRIO DA CULTURA
"Não acompanho muito. Recentemente, senti-me no dever de comentar a resposta dada a Ferreira Gullar (poeta) pelo assessor do ministro (Sérgio Sá Leitão). Faz tempo, dei palpite na discussão entre Cacá Diegues (cineasta) e os redatores do projeto da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual). Nos dois casos, estava contra a posição do ministério. Observo mais por ser amigo de Gil. As questões de financiamento de produção de cinema são complicadas. Mas há argumentos de ordem geral que reaparecem no Ministério da Cultura do governo Lula que eu me sinto instado a discutir. Embora eu não tivesse torcido para Gil aceitar o convite, a simples presença dele dá visibilidade e peso ao ministério, nacional e internacionalmente. Gil usa isso para atualizar o Brasil nos problemas de novas mídias, na busca de novos caminhos jurídicos para os direitos na era da reprodução digital."

DIÁLOGO
"O que precisa mudar é o tom do diálogo com as classes produtoras de arte/entretenimento, com a opinião pública. Não fica bem, sendo parte de um governo que toca a política econômica de Palocci, falar no tom do Stédile. Isso pode mudar. Eu não vejo por que alimentar essa demagogia da descentralização na produção de cinema. Muito menos a idéia de que se deve partir de um desmonte dos quadros que conseguiram se estabelecer."

BRIGAS
"Briguei com Celso Furtado por causa de ´Je Vous Salue, Marie´. Sarney, adulando os padres, proibiu o filme de Jean-Luc Godard. Furtado, ministro da Cultura de Sarney, reagiu aos protestos contra essa proibição - principalmente meus -, desqualificando Godard como artista: ´É um falso gênio´, disse do diretor. Achei inaceitável e disse isso por escrito na imprensa. (Paulo Sérgio) Rouanet deu nome à lei que gera tanta discussão, mas serviu - e serve - para animar muitas áreas de produção de cinema e teatro. (Francisco) Weffort era um petista que ficou muito apagado no governo Fernando Henrique Cardoso, sobretudo pelo próprio Fernando Henrique, que tinha muito mais pinta de ministro da Cultura do que ele. As decisões sobre a Lei do Audiovisual se deram na era FHC, se não me engano. Mas a gente pensa em FHC, não em Weffort. Agora, olho um pouco mais porque Gil é Gil. Não haja dúvida, as bravatas de esquerda migraram da economia para a cultura. Aí, a gente fica mais solicitado. Na concórdia ou na discórdia."

EXPECTATIVAS
"É tão óbvio hoje que errou quem apostou no sucesso do PT que eu já começo a duvidar. Sou um sebastianista. O fato de Lula ser uma figura de peso internacional me interessa porque ele é brasileiro. O fato de ele ser de esquerda foi apenas um instrumento para se atingir isso. Não sou idiota. Não acredito na volta de d. Sebastião nem na respeitabilidade real de Lula no grande mundo. Mas a mera respeitabilidade ilusória, o sonho de amor dos europeus com esse líder operário sul-americano já é uma novidade importante. Sobretudo quando se pensa que Lula é também um mediador entre (George W.) Bush e (Hugo) Chávez."

ELEIÇÕES
"O que vai mudar com as eleições? Os titulares do poder. Se pudermos ter um governo que aproveite o que o de Lula significou de bom, será o céu na terra."

CONTRADIÇÕES
"No momento, vivemos uma dupla inversão: um governo de esquerda mantém uma política econômica tipo Consenso de Washington. Esse governo, na cultura, tenta fazer gestos revolucionários. O que leva os artistas, majoritariamente de esquerda, a brigarem por apoio ou oposição a esses gestos. São esboços de gestos demagógicos que atrapalhariam a produção, mas nada é implementado propriamente - e, digo eu, felizmente. O projeto da Ancinav era mesmo dirigista. A turma chiou, uns esquerdofrênicos reagiram, mas Lula esvaziou. Sérgio Sá Leitão respondeu a Gullar em tom autoritário. Gil segurou a onda dele. Mas isso não se sustentou. Espero que o próprio Gil, em harmonia com sua equipe, saiba reconhecer isso e mudar de atitude. Para que não seja o Lula a ter de fazer. Uma notícia sobre a grana do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o cinema faz a gente pensar: nenhum dos produtores que tiveram sucessos nos últimos tempos foi agraciado. Se isso se confirma, certamente, teremos conflito pela frente."

CABO ELEITORAL
"Já fiz duas aparições na televisão anunciando a possível candidatura de Roberto Mangabeira (Unger). Há muito tempo me interesso pelo que ele diz sobre a política no Brasil. Gosto das idéias dele. Gosto da disposição. Ele acredita que há uma forma criativa e independente de tocar a economia sem se submeter às superstições do neoliberalismo. Diferentemente do PSDB e do PT, ele não saiu da Rua Maria Antônia. É um filho de baiana (neto de Otávio Mangabeira) que tem - não entendo por quê - forte sotaque americano: é famoso professor em Harvard. Eu pagaria para ver. O Brasil não pode, simplesmente, desprezar a energia que Mangabeira deseja despender com a solução dos nossos problemas. Quando falam que o vácuo deixado pela decepção com o PT pode ser aproveitado por um aventureiro, eu digo que Mangabeira seria um aventureiro do bem."
(matéria Brasil Cultura)